terça-feira, 1 de dezembro de 2009
STRAY ANIMALS FOUNDATION - Muito bom!
É da Stray Animals Foundation (Fundação de animais de rua).
Assistam, repassem, espalhem!
Love,
Alice
domingo, 1 de novembro de 2009
Paris é PB

É difícil não enxergar Paris em preto e branco.
Minha mente foi tão impregnada de referências pb de Paris que quando cheguei lá não podia ter visto a cidade de outra forma, mesmo sendo final da primavera início do verão.
Preto e branca ou colorida, minha experiência em fotografar Paris foi "overwhelming" !
Um sentimento de ansiedade/inquietude de quem já tinha visto tudo aquilo pelas lentes dos grades Mestres da fotografia e então podia ver, pela primeira vez, AO VIVO E PB!
Me senti caminhando dentro de uma fotografia do Cartier Bresson.
Fascinação seria a melhor palavra pra descrever o que eu senti. Fascinação de realizar o desejo de pisar no palco onde os grandes já tinham estado, onde as cenas de algumas das minhas fotografias preferidas aconteceram.
Difícil de descrever... talvez a informação de que eu tirei aproximadamente 1500 fotos em uma semana diga algo sobre esse desejo de querer absorver a cidade e todas as sensações do momento pra dentro do meu cartão de memória através da minha percepção do espaço e das cenas que presenciei.
Adoro quando alguma coisa me estimula a enxergar preto e branco.
É engraçado como a percepção entra num outro modo de ver os elementos, volumes, luz...
Parece que até a forma como percebo a composição acontece diferente dentro da minha cabeça quando tô enxergando pb.
"Antigamente", leia-se na época do filme, era mais fácil condicionar o olhar ao preto e branco ou ao colorido.
Primeiro porque se colocava na câmera um filme pb ou um colorido.
No momento que eu sabia que eu tinha um filme pb dentro da câmera, meu cérebro automaticamente virava o "switch" pra esse lado. O fato de não ter um visor onde se tivesse um preview da foto ajudava muito a deixar a mente entrar nessa viagem.
Hoje em dia com o "mau hábito" (?) de usar o review da câmera digital (que muitas vezes é bastante útil pra saber se é necessário fazer uma segunda foto) dificulta um pouco a trajetória da mente de manter o foco em viajar no mundo dos tons de cinza. Nada como Paris pra dar um empurrãozinho! :P












 
Richard Avedon - sou fã!
 Richard Avedon ... SEMPRE ele !
Richard Avedon ... SEMPRE ele !Eu aqui montand meu trabalho pra disciplina de Produção e Análise Gráfica fiquei viajando nas fotos e em algumas frases famosas dele.
Resolvi dividir aqui !


*A portrait is not a likeness. The moment an emotion or fact is transformed into a photograph it is no longer a fact but an opinion. There is no such thing as inaccuracy in a photograph. All photographs are accurate. None of them is the truth.
* A photographic portrait is a picture of someone who knows he's being photographed, and what he does with this knowledge is as much a part of the photograph as what he's wearing or how he looks. He's implicated in what's happening, and he has a certain real power over the result.
* A portrait photographer depends upon another person to complete his picture. The subject imagined, which in a sense is me, must be discovered in someone else willing to take part in a fiction he cannot possibly know about.
A minha preferida de todas eu preciso repetir aqui:
* If a day goes by without my doing something related to photography, it's as though I've neglected something essential to my existence, as though I had forgotten to wake up.
domingo, 25 de outubro de 2009
Quote of the Day by Ansel Adams
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Maíra Muller - Minha maquiadora preferida :P
Ela não é só um amor e uma comédia, ela é uma profissional super dedicada e perfeccionista. Adoro trabalhar com ela, além de divertir todo mundo com comentários que só podiam vir da Maíra, ela deixa qualquer mulher se sentindo uma DIVA! :P
Ganhei de presente dela um curso de auto maquiagem, apesar de eu não ter ainda comprado todos os 'apetrechos' que ela me indicou, durante esse inverno me 'maquiei' muito mais (corretivo + rímel + blush+gloss pra mim é muito) do que em qualquer outro momento da minha vida, pode ser que isso seja reflexo idade (hahahahahah) ou empolgação mesmo.
Só sei que agora entendo porque depois que as meninas são maquiadas por ela nos ensaios, resolvem ir fazer maquiagem até pra sair na balada!
Quem tiver interesse no contato dela pra trabalhos ou maquiagens para festas pode deixar um comentário aqui que a gente entra em contato, se eu colocar o telefone dela o João pode ficar com ciúmes.
Além de ser minha maquiadora oficial de books /ensaios agora é maquiadora oficial do site http://meninadosolhos.com , confiram!
E chega de tanto blá blá blá e vamos ao que interessa... fotos com maquiagens feitas pela Maíra.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Ensaios de família / infantil
domingo, 13 de setembro de 2009
Entrevista do ESTADÃO com o SEBASTIÃO SALGADO
http://www.estadao.com.br/
Fotógrafo  andarilho de um planeta não revelado
Sebastião Salgado finaliza o ambicioso projeto Gênesis e fala da arte que tem como ofício
Laura Greenhalgh,  de O Estado de S. Paulo -SÃO PAULO -  
  
Sebastião Salgado  tem o mundo impresso na memória. E pode comprovar isso. Aos 65 anos  de idade, 36 deles dedicados à fotografia, cruzou o planeta em todas  as direções, inclusive emburacando-se pelos lugares mais recônditos,  para compor este que já é certamente um dos maiores acervos autorais  de imagens de que se tem notícia. Mas Sebastião Salgado, pasmem, garante  na entrevista a seguir que está ficando velho. E que um dia pode parar  de fotografar. A previsão surpreende na voz que ainda se exalta, e  se transporta, ao explicar as andanças pelo mundo em busca de rostos,  gestos, corpos, lugares. "Para fazer fotografia documental é preciso  ter sempre a ‘vontade de ir’. E eu tenho." 
Em 2004, este  mineiro de Aimorés, famoso no mundo inteiro pelo que vê e dispara  de sua Leica (depois pôs-se a fazer o mesmo da Pentax e agora da Canon)  anunciou que passaria oito anos fotografando lugares prístinos, ou  seja, paraísos terrestres habitados por agrupamentos humanos cujos  laços com a natureza são ainda primordiais. E que o projeto receberia  o batismo bíblico de Gênesis. Pois a empreitada vai chegando ao fim.  Prestes a embarcar em um navio para a Geórgia do Sul, contornando as  Malvinas, Sebastião Salgado - Tião para os próximos - está quase  no fim da série de 32 reportagens fotográficas por cinco continentes,  numa geografia estranha aos roteiros turísticos convencionais. Longe  disso: o economista que se bandeou para a fotografia aos 29 anos, hoje  admite escalar a antropologia visual.  
Não o faz sozinho.  Tem a seu lado a arquiteta Lélia Wanick Salgado, a Lelinha, para Tião,  mulher, mãe de seus dois filhos e "minha sócia na vida".  Isso diz tudo. Foi com a Leica de Lélia que começou a fotografar nos  anos 70 (ambos estudavam e moravam em Paris). Foi com o apoio de Lélia  que trocou de profissão (era economista da Organização Internacional  do Café e decidiu procurar emprego em agências fotográficas como  Gamma, Sigma e Magnum) e foi com Lélia que montou, nos anos 90, a Amazonas  Images, especializada em Sebastião Salgado. É Lélia quem edita os  livros de fotografia dessa grife consagrada - entre eles, Trabalhadores,  Terra, Êxodos e tantos outros - assim como é Lélia quem arquiteta  e controla a montagem de exposições do marido pelo mundo (dentro de  alguns dias vai inaugurar uma em Tóquio). Por muito menos, Lelinha  já seria "a mulher de verdade", como diz o samba famoso,  só que tem mais: ela preside o Instituto Terra, um vasto e bem-sucedido  projeto ambiental, concebido com o marido na região do Vale do Rio  Doce.  
Da experiência  direta com o ambientalismo veio a vontade de fotografar o planeta em  lugares onde poucos pisaram, como explicará Sebastião. Gênesis estará  concluído no ano que vem e, a partir daí, começam exposições de  imagens do projeto que, a depender da vontade do casal Salgado, serão  eventos ao ar livre, em grandes parques, por várias capitais do mundo.  As fotografias também serão tema de um filme de Wim Wenders, com trilha  do jovem compositor americano Jonathan Elias. Nestas páginas, quatro  imagens dão apenas uma amostra do que vem por aí. Como o grupo de  índios Zo’e, do Pará, povo que hoje não chega a 280 pessoas - vistos  na mata, com seus cocares brancos, em fotografia jamais divulgada. Cenas  de uma beleza desconcertante para ‘ocidentais’ tão domesticados.  
Você tem dito que o Gênesis é seu último grande projeto fotográfico. Por que estabelecer o limite?
Digo que é  o último projeto desse porte. Falo de projeto que leva anos para se  concretizar, com viagens às vezes muito duras, desafios como o de andar  850 quilômetros até chegar a um determinado ponto. É preciso  estar muito motivado e ter enorme disposição para encarar tudo isso.  Não que eu vá parar de fotografar, mas encarar projetos nessa escala  já pesa na minha idade. Tento me manter em forma, faço ginástica  todos os dias, cruzo Paris de bicicleta, só que chega aquela hora em  que o joelho começa a não querer obedecer. Como também vai chegar  a hora em que vou preferir editar o meu material, talvez esse seja o  trabalho mais importante que eu tenha pela frente. Sempre trabalhei  muito, produzi um volume incrível de imagens. Tenho mais de 500 mil  cópias de leitura, fora a imensidão de negativos que ainda não mexi.  E uma imensidão de fotos paralelas. 
Como assim?
Por exemplo, Lélia  e eu começamos a editar nossas fotografias de família, material feito  ao longo das nossas vidas, com nossos meninos crescendo. Então, penso  um dia trabalhar no meu acervo, considerando que a idade vem chegando,  que eu posso vir a me repetir e que os novos fotógrafos estão aí,  vamos deixar lugar para eles. Tenho pensado nisso tudo. Inclusive na  pertinência dos meus trabalhos. Falo de pertinência histórica, ideológica,  pessoal. Hoje só faço aquilo com o qual tenho profunda identificação.  
De que suporte financeiro você dispõe ao fazer um projeto das dimensões do Gênesis?
Temos o suporte  de várias publicações: Rolling Stone, Paris Match, Guardian, La Republica,  entre outras. Temos o apoio financeiro de duas fundações americanas,  como também da Vale, nossa parceira de longa data. Agora mesmo vou  passar dois meses na Geórgia do Sul e vem sendo montado um barco para  essa reportagem, partindo das Malvinas. São viagens caras desde a fase  da preparação. Quando comecei a propor projetos de três, cinco anos,  os parceiros não entendiam bem. Hoje creio que ganhamos credibilidade.  Quando falo para esses veículos que passarei oito anos fotografando  e que, de tempos em tempos, eles terão minhas reportagens, ninguém  duvida de que isso aconteça. 
Depois de ter fotografado intensamente nestes últimos 36 anos, de propaganda de carro à vida dos garimpeiros, como é que você definiu o escopo do Gênesis? Por que buscar os lugares intocados do planeta?
A ideia do Gênesis  nasce da experiência no Instituto Terra, uma reserva ambiental que  começou a surgir no momento em recomprei as terras que foram da minha  família, na região do Vale do Rio Doce. Ali passamos a lidar com o  tema da biodiversidade, já optando pelo reflorestamento de uma área  que estava bem degradada. As primeiras 500 mil mudas foram doadas pela  Vale, com quem também nos associamos para fazer um programa de educação  ambiental de longo alcance, o Terrinha. Lá na região, replantamos  1,5 milhão de árvores. Então, foi lidando com esse tipo de coisa  que bateu a vontade de fotografar o planeta. Desenvolvemos um conceito,  elaboramos o projeto fotográfico e fomos embora. Lélia e eu fizemos  um sem-número de leituras, procuramos organizações ambientalistas  pelo mundo. Por exemplo, grande parte da pesquisa foi feita nos arquivos  da Conservation International, em Washington. Trabalhamos ainda com  o Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, em Nairóbi, e com  a Unesco. Quando iniciei o projeto por Galápagos, em 2004, estava tudo  planejado para os anos seguintes. 
E por que Galápagos? Tem a ver com Darwin?
Exatamente. Eu  tinha vontade de entendê-lo. Já havia lido a teoria da evolução  das espécies, sobre a viagem do Beagle, mas lá em Galápagos, hoje  um patrimônio da humanidade, fica muito mais fácil compreender Darwin.  Porque é possível conferir, visualmente, como uma determinada espécie  se desenvolve de maneira diferente de uma ilha para outra. Em Galápagos  você tem um microcosmos que retrata o universo. Acabei ficando por  lá mais tempo do que o próprio Darwin. Ele passou 47 dias lá, eu  passei 90. Tive autorização da Fundação Charles Darwin e do Parque  Nacional de Galápagos para visitar todas as ilhas do arquipélago. 
O que você privilegia no Gênesis: o homem, o bicho ou a natureza?
Ainda é  o homem. Se você imaginar que 30 a 40% do projeto são fotos de  pessoas e que a natureza tem muito, muito mais espécies, então o humano  prevalece. Fotografei agrupamentos que vivem, em relação ao planeta,  naquele mesmo equilíbrio dos tempos primordiais. Este foi o meu critério,  por isso desisti de fotografar comunidades esquimós no Alasca ao ver  que vários grupos já caçam com rifle e há chefe esquimó que tem  até avião particular.  
Afinal, encontrou esse humano 100% "in natura"?
Há vários  grupos assim. Os mentawai, que vivem na ilha de Sumatra, na Indonésia,  ainda mantêm uma relação tão forte com a natureza a ponto de fazê-la  "deus". É preciso pedir permissões à natureza o tempo todo.  Quando fotografo essas pessoas, às vezes preciso isolá-las do contexto  para fazer um bom retrato. Posso improvisar um estúdio na mata com  folhas, ou tecidos, fundos relativamente neutros. Pois para fazer um  estúdio precisei tirar algumas palhas das casas mentawai. Tivemos que  pedir autorização "divina" e a resposta só veio depois  que a comunidade leu o futuro nas tripas dos animais, como é a tradição.  Daí uma cobra entrou na nossa casa e meu assistente teve que matá-la.  Pronto, os mentawai não gostaram, porque seria um aviso de que as coisas  não estavam indo bem. Eles atravessam hoje um estágio evolutivo interessantíssimo:  estão agora domesticando plantas e animais. Trabalhei também com os  chamados bushmen, de Botswana e da Namíbia, que vivem como há 50 mil  anos. São coletores-caçadores. 
Sempre viaja com intérpretes?
Sim. No caso dos  Zo’e, no Pará, fui com uma estudiosa da língua deles. 
Existe um estranhamento quando você trava o primeiro contato com um humano que vive num estágio evolutivo tão remoto e diverso do seu?
Não. Primeiro  porque, mesmo que demore um certo tempo, acabo sendo aceito ali. Como  com o grupo, durmo onde o grupo dorme, me desloco com ele, enfim, passo  a fazer parte desse núcleo. As reações, a maior parte delas, são  previsíveis, porque são humanas, ainda que não se entenda uma conversa  feita na base de estalos de língua. Eu nunca vi relações tão amorosas  com os filhos quanto em grupos coletores-caçadores. Nos Zo’e, por  exemplo, não existe o conceito do "não" para pôr limites  nas crianças. Um dia eu estava fotografando e o indiozinho não parava  quieto, não me deixava em paz, pulava pra cá, pra lá, derrubava coisas...  daí eu pedi à intérprete que falasse com a mãe dele. A intérprete  hesitou, mas falou. E a mãe ficou desesperada, porque não sabia me  atender naquilo que eu pedia. Entre estes índios, padrões de comportamento  mais maduros e responsáveis se desenvolvem naturalmente, à medida  que pessoas crescem e envelhecem. 
Você mostra as fotos que faz dessas pessoas para elas próprias?
Para os Zo’e  cheguei a mostrar no visor da máquina digital. Para outros grupos,  não, e nem terei como mandar as fotos, pois são nômades. Os índios  adoraram, pois, como em todos os grupos visitados, sem exceção, demonstram  grande preocupação com a estética. As mulheres, todas, andam com  um espelho. E a todo momento arrumam o cocar de penas de urubu branco.  
Mas são índias com espelho?
A Funai deu para  eles quatro instrumentos de branco: o espelho, do qual as mulheres não  desgrudam, lanterna, facão e faquinha. O caso da lanterna é interessante:  porque ela já vem com pilhas e a Funai só dá outras mediante a entrega  das velhas. A lanterna foi de grande ajuda, pois havia muita picada  de cobra em caçada noturna. 
Você se refere ao seu trabalho como reportagem e fala das fotos como documentos. Qual é o limite entre a foto documental e a foto artística?
O que é  artístico? Eis o problema. Recentemente vi uma exposição de arte  africana em Barcelona, num belo museu. A maioria das obras era de uso  cotidiano, cestas, jarros, ferramentas agrícolas, peças que são vendidas  por milhares de euros. Vá conferir no Museu d’Orsay, em Paris, os  salões dedicados à arte da África e da Oceania: 90% do que é exposto  são utensílios de uso diário ou religioso. Hoje aumenta o número  dos meus colecionadores, minhas fotos vêm ganhando preço no mercado  de arte, mas não perco de vista o que faço. Como aquela foto da invasão  do MST na Fazenda Giacometti, no Paraná, numa situação-limite, às  5 da madrugada, e eu ali, com um filme de 3200 ASA, quase sem luz para  operar. Fiz um documento. Um dia o MST não terá mais força, ou desaparecerá,  eu mesmo vou desaparecer, mas a fotografia permanecerá. Será referência  da nossa sociedade, ganhando dimensão artística. Dizer que faço foto  de arte, ah, isso não rola comigo. Porque sou repórter, tenho carteira  de jornalista, nossa agência, a Amazonas Images, é de imprensa. 
Como você mesmo diz, cresce o número dos seus colecionadores. Sebastião Salgado virou um clássico?
Estou me tornando.  No Gênesis, pela primeira vez na vida admiti fazer fotografias com  número limitado de reproduções. Porque sempre fotografei pessoas  em suas situações de vida, jamais tive qualquer problema com direitos  de uso de imagem e sempre distribuí minhas fotos em séries ilimitadas,  o que reduz muito o preço delas. Agora quero lidar com número limitado  de cópias, reproduções feitas em papel platinum, caras, porém maravilhosas.  Creio que esse trabalho merece. Já fizemos algumas cópias e, no futuro,  pretendemos lançar as séries limitadas. Aí, sim, será a estreia  no mercado de arte. 
Especialmente nas fotos de paisagem do Gênesis você parece mais formal, preocupado em mostrar texturas, realçar formas, captar nuances tonais.
Fui acusado de  estetizar a miséria. E sabe por quê? Porque minhas fotografias sempre  foram bem compostas. Sabe de onde vêm as texturas? Do filme de imprensa  que sempre usei, o TRI-X, que dá grão. Quase só fotografo na contraluz  e demorei a perceber isso. Um dia a Lélia montou uma exposição minha  em Havana e um professor de uma escola de artes em Cuba veio visitá-la  com os alunos. Eu o ouvi dizer a eles ‘este fotógrafo aqui só trabalha  contra a luz’. Daí me toquei! Fazia aquilo instintivamente, sem me  dar conta de que é na contraluz que se destacam os relevos, pois a  zona de luz e sombra permite criar a noção de volume. Quando você  me fala das paisagens que tenho feito, não significa que esteja procurando  um estetismo na natureza. É que a natureza é profundamente estética.   
Dê exemplos.
Fotografei os  dois vulcões mais altos da placa euro-asiática, na península da Kamchatka,  na Rússia, com mais de 4 mil metros de altura. Acordo de manhã, com  aquelas nuvens fantásticas no céu, aquilo me deu a impressão de estar  no fundo do mar enxergando o topo de uma montanha. Vi chuva de luz em  Kamchatka, tal a beleza dos raios solares atravessando aquelas nuvens.  Ora, não preciso ser esteta diante desse espetáculo. Procuro registrar  os prístinos, locais no mundo onde poucos pisaram, então é natural  que essas imagens nos provoquem sensações fortes. Como a foto que  fiz de um iceberg na Antártica, que mais parecia um castelo medieval  na Escócia, no entanto, trata-se de uma escultura mutante da natureza.   
Mas você concorda que algumas dessas imagens beiram o abstrato?
Pode ser. A rigor,  sou um esteta desde o início, porque não se esqueça de que a fotografia  é uma linguagem formal: você tem um plano, tem um fundo,  tem um sistema de linhas, é preciso organizar esse negócio. O  bom fotógrafo é aquele que domina as suas variáveis.  
Como é que você ‘ataca’ a cena? Porque as variáveis também são externas: por exemplo, nuvens dançam no céu. As patas dos animais movem-se pelas matas.
São tempos internos  distintos. Dou como exemplo a foto que fiz da mão da iguana. Eu vi  aquela pata, que é uma mão na verdade, com cinco dedos e tudo. E quis  fotografá-la, mas teria de ser com uma lente macro, bem de perto, para  captar o detalhe. A iguana como que autorizou a foto, porque, normalmente,  é bicho que não aceita aproximação a menos de 2 metros. Tive que  ir me chegando, de joelhos, com delicadeza: ela me observava, eu a observava;  eu avançava um pouco mais, ela sabia que alguma coisa estranha iria  acontecer, mas aceitava; daí finalmente fiquei bem perto daquela mão  e fiz a foto. Aí fui recuando, rastejando para trás, bem devagar.  E ela me observava. Quando uma foto como esta é finalmente feita, o  cansaço que bate é total. Porque, ali, o fotógrafo sabe que tem a  possibilidade de fazer uma fotografia incrível, mas, numa fração  de segundos, poderá perdê-la. Ou não. São extenuantes essas situações.  
É o "momento decisivo" de Cartier-Bresson?
Sim e não. Esse  conceito é parcialmente válido para mim, porque trabalho noutra  realidade. O conceito de "momento decisivo" em Cartier-Bresson  é de corte representativo: só existe aquele momento, o antes não  é bom, e o depois, também não. Para mim isso não é verdade. Penso  num fenômeno fotográfico feito de aproximações e ajustes, um fenômeno  em evolução, com envolvimento das pessoas, dos lugares, com muitas  conexões, enfim. 
Quando você olha suas fotos de publicidade reconhece nelas o mesmo Sebastião Salgado do Gênesis?
Claro. Nunca fiz  foto de publicidade que eu não me sentisse realmente motivado a fazê-la.  Isso vale também para meus tempos nas agências Gamma, Sigma, Magnum.  Quando inauguraram o aeroporto de Malpensa, em Milão, fui contratado  para fazer fotos de promoção do lugar, mal aceito pela população  do norte da Itália. Seriam fotos para estampar pôsteres distribuídos  pelo país. Adorei a encomenda, não só porque me pagaram uma fortuna,  mas porque eu tive a oportunidade de conhecer o que cerca e envolve  um aeroporto. E saí fotografando. Descobri uma "cidade" que  emprega 15 mil pessoas. Tem de tudo lá: do pessoal da limpeza bruta  ao pessoal dos ajustes mais finos. Vi as famílias desembarcando, o  encontro dos parentes, fabulosas histórias de vida. Descobri um grupo  de aposentados, fanáticos por avião, que passa os dias controlando  o tráfego aéreo das cercas de arame que circundam Malpensa. Propus  aos meus clientes que fizessem um livro com aquele material. E toparam.  Foi uma experiência genial. 
Como você se sente quando dizem que só faz fotografia engajada?
Isso é um  comentário limitador. Não sou um fotógrafo militante, embora me engaje  profundamente naquilo que eu faço, quase como forma de vida. O que  é muito diferente. Tenho minha ideologia, que pode ou não ser aceita,  e fotografo tudo, da natureza ao carro da montadora, com a mesma doação  pessoal. 
Como é fotografar gente célebre?
Fiz e ainda faço  isso. São momentos especiais. Porque peço sempre um tempo maior para  fazer portraits, não aceito correrias. Como no caso do retrato do Bill  Clinton para a Vogue americana. Pedi uma semana com ele, se não fosse  assim, nada feito. Muitas vezes fiquei amigo dos fotografados. Como  no caso do Italo Calvino. O New York Times pediu um retrato dele, viajei  até Roma, me instalei num hotel e fui para a casa do escritor. Apertei  a campainha, Italo veio até a porta e perguntou se eu era o fotógrafo  do Times. Daí indagou quanto tempo eu precisaria para o serviço, já  dizendo que uma hora estaria de bom tamanho. Eu expliquei: "Não,  preciso de três dias." Ele reagiu de pronto, disse que jamais  daria três dias da vida dele para mim ou para o Times. E eu rebati,  então não dá para fazer. Estávamos nessa discussão quando chegou  a mulher dele, uma argentina decidida, e botou ordem no pedaço. Não  só ordenou ao Italo que ficasse à minha disposição o tempo que fosse  preciso, como ordenou que eu me mudasse para a casa deles. Fotografei-o  em casa, pelas ruas de Roma, fui para a casa deles em Paris, assim nasceu  uma amizade que durou a vida inteira do Italo. Retrato precisa de tempo.  E quem me pede para fazer um já sabe disso. 
E a sua fidelidade ao preto e branco? Justamente por andar pelo mundo fotografando paraísos, muita gente lhe cobra a foto em cor.
Preto e branco  é o que sei fazer. E não sou o único. Tem uma porção de fotógrafos  que continuam fiéis a isso. Vou citar apenas um: o Cristiano Mascaro,  que é um megafotógrafo, só produz em preto e branco. Não sei fazer  o que ele faz, mas tanto ele quanto eu nos identificamos com essa abstração.  No P&B aprendi a lidar com densidade, a controlar a revelação,  a fazer minhas reproduções e mesmo hoje, já inteiramente adaptado  à tecnologia digital, sigo no mesmo caminho. Tanto que programo a máquina  digital de tal forma que, através dela, só vejo em preto e branco.  O descarte da cor se dá logo no início. Passei a minha vida aperfeiçoando,  não vou abandonar isso agora. 
No entanto, você fez a passagem da máquina analógica para a digital com tranquilidade.
Só mudei  o suporte, porque o processo continua rigorosamente o mesmo. Trabalhei  quase toda a minha vida com Leica, depois, como precisava de negativos  maiores, passei para Pentax. E agora fotografo com Canon. Mas, digitais  ou analógicas, as máquinas são as mesmas, como as lentes também.  
Por que diz que o processo não mudou?
Explico: fotografo  em digital, daí tenho dois assistentes que descarregam os cartões  lá em Paris e preparam para mim os contatos. Só então começo a seleção  de imagens, porque não sei vê-las em computador, necessito ter os  contatos e os meus, sinceramente, são lindos. Bom, edito os contatos,  tenho um assistente só para fazer as cópias de leitura, e daí entram  outros dois assistentes, responsáveis pelas cópias finais. Sobre essas  cópias fazemos negativos, pois se por acaso perder imagens no armazenamento  digital, tenho lá meus negativos muito bem guardados. 
A tecnologia da imagem poderá um dia subjugar o olhar do fotógrafo?
Não creio, principalmente  num trabalho como o meu, que é jornalístico e depende da iniciativa  pessoal. Só faz fotografia documental quem tem aquela "vontade  de ir". Isso é fundamental. O resto são as tais variáveis  que devemos aprender a dominar. Muitas vezes acordo de pesadelos em  minha casa, em Paris, sem saber onde estou. Isso me dá aflição. Mas  quando me encontro num canto remoto do mundo, a sensação que tenho  é a de saber exatamente onde estou. 
E a manipulação de imagem, hoje tão mais fácil, tão mais imperceptível e tão mais incontrolável no mundo digital? Isso é um pesadelo para você?
Mais ou menos grosseiras, manipulações de imagem sempre existiram, por que vou me preocupar com isso? A verdade do fotógrafo é aquela fração de segundo. Se fizerem manipulação sobre isso, então não estaremos mais falando de fotografia. Daí nem me compete opinar.
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
A CACHORRINHA DO CORAÇÃO NO NARIZ
 Que eu adoro corações não é novidade pra quem frequenta esse blog ou me conhece.
Que eu adoro corações não é novidade pra quem frequenta esse blog ou me conhece.Sempre vejo corações em tudo!!! mas jamais esperei ver um no nariz da minha cachorra.
Esses dias ela apareceu com o nariz machucadinho saindo um pouco de sangue e eu perguntei:
"Maui, onde tu andou colocando teu focinho pra fazer isso???"
Mas depois passou, ficou meio esfoladinho criou uma casquinha e quando a casquinha caiu...
apareceu um coraçãozinho cor-de-rosa!
Apesar de ter sido por um machucado.... desculpem, mas eu achei o máximo!
MINHA CACHORRA COM UM CORAÇÃO NO NARIZ! ahahah
Agora ela pode sentir cheirinho de amor de longe!!!
Sempre pode :)
Love,
Alice & Maui
 
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Os equívocos do aprendizado fotgráfico by Clicio
Vale a pena conferir !!!! Clica aí em cima que vai direto pro blog do Clicio!
:)
Beijos
Alice
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Berlin - um banheiro risque-rabisque :)
São prédios altamente detonados, do tipo que foi destruído na segunda guerra e ninguém se deu o trabalho de arrumar. Virou um lugar pra exposições, barzinhos, palco pra banda ao vivo... Parece que a gente tá dentro de uma "sucataria"... bem alternativo, bem grafitado, tudo rabiscado e enjambrado! Adorei! Meu destaque vai para um dos banheiros, apesar de IMUNDO e quase impossível de ser utilizado para os fins que se destina... 'LINDO' do jeito que é... óbvio que achei um coraçãozinho se ressaltando na parede! :)
Love is always in the air when it's also in your heart :)
Beijos
Alice

 
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Convites personalizados.

Faço convites de casaento, chá de fralda, chá de panela, aniversário, openhouse ... todos personalizados, com estes bonequinhos.
Interessados entrar em contato por email:
alice@alicelinck.com.br
:)
P.s. Orçamentos para cobertura fotográfica do seu casamento, ensaio de noivos etc... também através do mesmo e-mail.
Obrigada,
Alice
sábado, 15 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Dicas de profissionais para iniciantes.
Beijos
Alice
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Massa Cultural
Respondi a pergunta da sessão 7X1 O que influenciou seu trabalho? Por quê?
QUem tiver curiosidade pode dar uma espiadinha clicando no link do Massa.
Fica também a dica do blog, que tem um conteúdo bastante variado e mostra o trabalho de bastante gente interessante (ilustradores, designers gráficos, diretores de arte etc).
Beijos
Alice
Mais sobre os donos do blog aqui.
sábado, 8 de agosto de 2009
Helmut Newton fotografando Cindy Crawford
Bendito seja o You Tube, não achei o VHS antigo, mas achei o video lá :)
Helmut Newton Foundation, Berlin

 (foto acima auto retrato: Helmut, June e modelos no estúdio)
(foto acima auto retrato: Helmut, June e modelos no estúdio)Helmut Newton (de nascença Helmut Neustädter), é um dos meus fotógrafos de moda preferidos. Nasceu em Berlin, na Alemanha, em 1920 mas aos 18 anos se mudou pra Austrália (Ah! A Austrália) quando os alemães judeus começaram a ser perseguidos. Ele foi pra Melbourne.
Em 1946 ele abriu um estúdio e começou a trabalhar principalmente com fotos de moda e foi no mesmo estúdio que ele conheceu a esposa australiana, June (A.k.a Alice Springs) que virou fotógrafa também (não sei se foi porcausa dele ou se ela já era).
Ele foi naturalizado australiano.
As fotos dele são super cohecidas pelo estilo com um apelo fetichista forte e um toque de elementos sado-masoquistas também. É difícil falar sobre as fotografias dele, justamente porque é absolutamente desnecessário FALAR quando se olha pra elas.
Com essa assinatura visual ele acabou sendo um dos mais bem conceituados fotógrafos de moda no mundo.
Ele morreu em 2004 num acidente de carro em Los Angeles (no mesmo ano que Richard Avedon e Henri Cartier-Bresson - 2004 não foi um ano de sorte pra fotografia).
Quando eu estive em Berlin agora em Julho, tive a SORTE de visitar a Fundação Helmut Newton.



No andar de baixo, fizeram uma exposição com objetos pessoais dele. Fizeram até uma réplica do studio que ele morava em Paris. Pude ver os passaportes dele e as agendas com os compromissos marcados (todos super básicos: Vogue, Bazaar, celebridades etc).


Polaroids de making ofs dos trabalhos dele e uma sessão de todas as cartas de condolência que foram enviadas quando ele morreu (os rememtentes: outros graaaandes fotógrafos, editores das revistas de moda mais importantes do mundo e algumas personalidades como príncipes, cantores e atores de hollywood).
Passei a tarde TODA lá !
No próximo post aqui no blog falo da exposição principal SUMO. :)
Se palavras, foi realmente demais!
Aí algumas fotos da fundação (consegui tirar muito poucas porque era proibido fotografar lá dentro) encontrei as fotos abaixo na internet.
Quem passar por Berlin não pode deixar de visitar: http://www.helmutnewton.com/
Agradecimento especial pra Veca que procurou o endereço, metrôs e foi lá comigo :)



 
 
 
 


















